DOM ANTONIO MATHEUS, O.CARM
POR MERCÊ DE DEUS E DA SÉ APOSTÓLICA
TITULI DI AGUNTO
PREFEITO DA CONGREGAÇÃO PARA OS BISPOS
BISPO DIOCESANO DE LEIRIA-FÁTIMA
"Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo. Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse: “Tenho sede”. Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. Ele tomou o vinagre e disse: “Tudo está consumado”."(Jo 19, 28-30)
A Semana Santa é o centro do ano litúrgico: revivemos, nesses dias, os momentos decisivos de nossa redenção. A Igreja nos conduz pela mão, com a sua sabedoria e a sua criatividade, do Domingo de Ramos até a Cruz e a Ressurreição. No coração do ano litúrgico pulsa o Mistério Pascal, o Tríduo do Senhor crucificado, morto e ressuscitado. Toda a história da salvação gira ao redor destes dias santos, que passaram despercebidos para a maior parte dos homens, e que agora a Igreja celebra “do nascer ao pôr do sol”[1]. Todo o ano litúrgico, resumo da história de Deus com os homens, surge da memória que a Igreja conserva da hora de Jesus: quando, “tendo amado aos seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”[2]. A Igreja estendenesses dias a sua sabedoria maternal para nos introduzir nos momentos decisivos da nossa redenção. Se não oferecermos resistência, seremos levados: pelo recolhimento com o qual a liturgia da Semana Santa nos introduz na Paixão, pela unçãocom que nos move a velar junto ao Senhor, pela explosão de alegria que emana da Vigília da Ressurreição. Muitos dos ritos que vivemos nesses dias têm suas raízes em tradições muito antigas: sua força está aquilatadapela piedade dos cristãos e pela fé dos santos de dois milênios.
Dado e passado na Cúria Diocesana, no décimo quinto dia do mês de março do ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de dois mil e vinte três.