Decreto 001/2023 | Vestes Litúrgicas

                

  DOM FR. ANTONIO MATHEUS, O.CARM

POR MERCÊ DE DEUS E DA SÉ APOSTÓLICA

TITULI DE AGUNTO

PREFEITO DA CONGREGAÇÃO PARA OS BISPOS

BISPO DIOCESANO DE LEIRIA-FÁTIMA


Decreto - 001/2023

Aos diletos presbíteros e diáconos desta amada Igreja Particular, saudações e bençãos no Senhor.

A Igreja, em sua grandiosa tradição sempre preservou em seu ventre de mãe, a beleza sublime e solene da Liturgia. Muitos se perguntam o que quer dizer liturgia, e isto nos responde o Santo Catecismo da Igreja: "Originariamente, a palavra «liturgia» significa «obra pública», «serviço por parte dele em favor do povo». Na tradição cristã, quer dizer que o povo de Deus toma parte na «obra de Deus» (4). Pela liturgia, Cristo, nosso Redentor e Sumo-Sacerdote, continua na sua Igreja, com ela e por ela, a obra da nossa redenção."[1]. Sabemos a Etimologia da palavra, mas agora o por que da mesma:  "«Esta obra da redenção humana e da glorificação perfeita de Deus, cujo prelúdio foram as magníficas obras divinas operadas no povo do Antigo Testamento, realizou-a Cristo Senhor, principalmente pelo mistério pascal da sua bem-aventurada paixão, Ressurreição dos mortos e gloriosa ascensão, em que, "morrendo, destruiu a morte e ressuscitando restaurou a vida". Efectivamente, foi do lado de Cristo adormecido na cruz que nasceu "o sacramento admirável de toda a Igreja"» (2). É por isso que, na liturgia, a Igreja celebra principalmente o mistério pascal, pelo qual Cristo realizou a obra da nossa salvação. É este mistério de Cristo que a Igreja proclama e celebra na sua liturgia, para que os fiéis dele vivam e dele dêem testemunho no mundo. «A liturgia, com efeito, pela qual, sobretudo no sacrifício eucarístico, "se actua a obra da nossa redenção", contribui em sumo grau para que os fiéis exprimam na vida e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a autêntica natureza da, verdadeira Igreja»(3)". [2]

Portanto queridos filhos, vimos por bem fazer este documento para especificar sobre algumas vestes e seus usos. 

1- Barrete:

Embora as rúbricas atuais não prevejam o uso do barrete, este pode ser utilizado na Igreja Católica pelo clero (diáconos, padres e bispos), ou mesmo seminaristas dentro de rituais litúrgicos ou fora destes. Entretanto PROIBIMOS a utilização do barrete por qualquer presbítero pertencente a ordem religiosa, de mesmo modo, se poderam utilizar o barrete aqueles que pedirem permissão ao ordinário local. Salvaguardando os Cônegos que pertencem a ordem religiosa sendo eles permitido a utilização.

Na liturgia, quando utilizado, é necessário ter atenção aos momentos de imposição e deposição do Barrete:

Após paramentar-se e rezar, cobre-se com o Barrete

Ao fim da procissão de entrada, ao chegar ao degrau mais baixo, antes de fazer a vênia ou a genulflexão, depõe-se o barrete e permanece assim para iniciar a Santa Missa

Para as leituras, enquanto estiver sentado, cobre-se a cabeça novamente com o Barrete

Na aclamação ao Evangelho, independente de fazer a leitura ou haver alguém designado para tal (concelebrante ou diácono), depõe-se o barrete

Cobre-se novamente com o Barrete para fazer a Homilia

Depõe-se o Barrete ao fim da homilia, permanecendo assim até o fim da Santa Missa.

Coloca-se o barrete novamente após a vênia ou genulflexão, caminhando na procissão de saída.

2- Mozeta:

Presbíteros: Não usam a mozeta, exceto os reitores de Basílicas que, por privilégio concedido pela Santa Sé, endossam como veste coral o hábito talar com sobrepeliz e a mozeta negra com botões e detalhes em cor violeta [1];

Cônegos: A mozeta é a veste característica dos cônegos. O Cerimonial prevê como veste coral a mozeta negra com detalhes violeta para os cônegos catedráticos (ou cônegos maiores), isto é, aqueles que efetivamente fazem parte do Cabido, e mozeta inteiramente negra para cônegos honorário (ou cônegos menores), que recebem o título apenas por distinção.

3- Ferraiolo:

O ferraiolo é uma capa que o Cerimonial denomina “manto talar amplo”. Trata-se de uma capa leve de seda, presa junto ao pescoço por fitas, sem romeira, usada pelos clérigos em ocasiões solenes fora da Liturgia (e nunca dentro dela).

Por exemplo, o ferraiolo era obrigatório para encontrar-se com o Santo Padre, o que atualmente caiu em desuso. A capa se usa, então, no encontro com o Chefe de Estado ou em uma ocasião civil mais formal.

 O ferraiolo previsto no Cerimonial dos Bispos é vermelho para os Cardeais e violáceo para os Bispos e Protonotários Apostólicos numerários e supranumerários.

Embora não esteja prescrito, é costume que os demais Monsenhores e os presbíteros usem um ferraiolo negro.

Sem mais, despeço-me rogando as bençãos da Imaculada Virgem do Rosário de Fátima sobre toda nossa Diocese.

Dado e passado na Cidade Episcopal de Leiria, ao vigésimo primeiro dia do mês de fevereiro de Dois Mil e Vinte e Três, primeiro de nosso pastoreio.


+Antônio Matheus, O.Carm

Bispo diocesano

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