DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR



DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR

Neste dia, a Igreja recorda a entrada de Cristo, o Senhor, em Jerusalém, para consumar o seu mistério pascal. Por isso, em todas as Missas se come­mora esta entrada do Senhor na cidade santa: ou com a procissão, ou com a entrada solene antes da Missa principal, ou com a entrada simples antes das outras Missas. A entrada solene (mas sem procissão) pode repetir-se antes de outras Missas que se celebram com grande assistência de fiéis.

Onde não é possível fazer a procissão nem a entrada solene, convém que, no sábado à tarde ou no domingo, à hora mais oportuna, se faça uma Celebração da palavra de Deus, que tenha por tema a entrada messiânica e a Paixão do Senhor.

Comemoração da entrada do Senhor em Jerusalém

O narrador inicia:

Ao entrarmos na semana maior, na qual celebraremos a Páscoa da Ressurreição de Cristo, abrimos o nosso coração, abrimo-lo a Cristo que entra em Jerusalém,mas que queremos que entre sobretudo na nossa vida. 

Voltamos nos para o centro desta Catedral, onde acolheremos o nosso Cristo Jesus, como na Cidade Santa de Jerusalém. 

De pé cantemos, Hossana, Hossana, ao Filho de David! 

Primeira forma: Procissão

À hora marcada, reúnem-se todos numa igreja secundária ou noutro lugar apropriado fora da igreja para a qual se dirige a procissão. Os fiéis levam ramos na mão.

O sacerdote e o diácono, revestidos de paramentos vermelhos próprios da Missa, acompanhados dos outros ministros, dirigem-se para o lugar onde o povo está reunido. O sacerdote, em vez da casula, pode levar o pluvial, que deporá terminada a procissão, para vestir a casula.

Entretanto, canta-se a antífona seguinte ou outro cântico apropriado.

Após a Antifona, o sacerdote saúda o povo com a Bênção Inicial dizendo:

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. 

O povo responde:

 Amen. 

Depois, o sacerdote, abrindo os braços, saúda o povo, dizendo: 

A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco. 

O povo responde: 

Bendito seja Deus, que nos reuniu no amor de Cristo.

Depois, saúda o povo na forma habitual e faz uma breve admonição aos fiéis, exortando-os a participar ativa e conscientemente na celebração deste dia, dizendo estas palavras ou outras semelhantes:

Irmãos caríssimos:

Desde o princípio da Quaresma vimos a preparar-nos com obras de penitência e de caridade. Hoje, estamos aqui reunidos para darmos início, em união com toda a Igreja, à celebração do mistério pascal do Senhor, isto é, da sua paixão e ressurreição.

Foi para realizar este mistério da sua morte e ressurreição que Jesus Cristo entrou na sua cidade de Jerusalém. Por isso, recordando com fé e devoção esta entrada triunfal na cidade santa, acompanhare­mos o Senhor, de modo que, participando agora na sua cruz, mereçamos um dia tomar parte na sua ressurreição.

Seguidamente, o sacerdote, de braços abertos, diz a seguinte oração:

Oremos.

Deus todo-poderoso e eterno, santificai com a vossa + bênção estes ramos, para que, acompanhando a Cristo nosso Rei nesta celebração festiva, mereçamos entrar com Ele na Jerusalém celeste. Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.

O povo responde:

 Amen. 

Terminada a oração, asperge os ramos com água benta, sem dizer nada.

A seguir, o diácono ou, na falta dele, o sacerdote faz a proclamação do Evangelho da entrada do Senhor, segundo o texto evangélico correspondente a cada um dos ciclos. Se for oportuno, pode usar-se o incenso.

O Senhor esteja convosco. 

O povo responde:

Ele está no meio de nós.

Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo segundo são Lucas

Naquele tempo,

Jesus caminhava à frente dos seus discípulos, subindo para Jerusalém. Quando Se aproximou de Betfagé e Betânia, perto do monte chamado «das Oliveiras», enviou dois discípulos, dizendo:«Ide à povoação aí em frente e, ao entrardes nela, encontrareis um jumentinho preso, que ninguém montou ainda. Soltai-o e trazei­-o. Se alguém perguntar porque o soltais, respondereis: “O Senhor precisa dele”». Os enviados partiram e acharam tudo como Jesus lhes tinha dito. Quando estavam a soltar o jumentinho, disseram-lhes os donos:«Porque soltais o jumentinho?» Eles responderam: «O Senhor precisa dele». Trouxeram-no então a Jesus e, estendendo as suas capas sobre o jumentinho, fizeram com que Jesus montasse sobre ele. Enquanto Jesus avançava, o povo estendia as suas capas no cami­nho. E quando Ele Se aproximava da descida do Monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos começou a louvar alegremente a Deus, em alta voz, por todos os milagres que tinham visto. E diziam: «Ben­dito o que vem como Rei, em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!» Alguns fariseus, do meio da multidão disseram a Jesus:«Mestre, repreende os teus discípulos». Mas Jesus respondeu:«Eu vos digo: se eles se calarem, gritarão as pedras».

Palavra da salvação.

O povo responde com a aclamação:

Glória a Vós, Senhor. 

Em seguida, beija o livro, dizendo em silêncio: 

Por este santo Evangelho, perdoai-nos, Senhor. 

Depois do Evangelho, pode fazer-se uma breve homilia. Para anunciar o começo da procissão, o sacerdote ou o diácono ou outro ministro leigo idóneo pode fazer uma admonição, dizendo estas palavras ou outras semelhantes:

Imitemos, irmãos caríssimos, a multidão que aclamava Jesus na cidade santa de Jerusalém e caminhemos em paz.

Inicia-se a procissão na forma habitual em direção à igreja onde é celebrada a Missa.

À frente vai o turiferário com o turíbulo aceso (caso se use o incenso); depois, no meio de dois ministros com velas acesas, o acólito ou outro ministro leva a cruz ornamentada com ramos de palmeira, conforme os costumes locais. Segue-se o diácono, que leva o livro dos Evangelhos, e o sacerdote com os outros ministros; final­mente, os fiéis com os ramos na mão.

Estando a chegar à entrada da Basílica, o narrador diz:

Irmãos e Irmãs, este caminho que agora fazemos, é o caminho que milhares de homens e mulheres desde à 2000 anos fazem seguindo o Senhor. 

Levantemos os nossos ramos e aclamemos o Senhor que vai vencer a Morte. 

À entrada da procissão na igreja, canta-se um cântico alusivo à entrada do Senhor.

Ao chegar ao altar, o sacerdote faz-lhe a devida reverência e, conforme as circunstâncias, incensa-o. Seguidamente, dirige-se para a sua cadeira, depõe o pluvial, se o usou, e veste a casula. Omitindo os outros ritos iniciais e, conforme as circunstâncias, o Senhor, tende piedade (Kýrie), diz a oração coleta da Missa.

Depois, o sacerdote, de braços abertos, diz a ORAÇÃO COLECTA.

Deus todo-poderoso e eterno, que, para salvar a humanidade, quisestes que o nosso Salvador Se fizesse homem e suportasse a cruz, fazei que vivamos unidos a Ele na sua paixão para chegarmos a tomar parte na glória da sua ressurreição. Ele que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

O povo responde:

 Amen. 

LITURGIA DA PALAVRA 

Um narrador destinado, vai ao atril secundário e diz:

Esta leitura é um dos chamados “Cânticos do Servo do Senhor”. Este Servo revela-se plenamente em Jesus, na sua Paixão: Ele escuta a palavra do Pai e responde-lhe cheio de confiança, oferecendo-Se, em obediência total, pela salvação dos homens.

Em seguida, o leitor vai ao ambão e lê a PRIMEIRA LEITURA, que todos escutam sentados.

Leitura do Livro de Isaías

O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo, para que eu saiba dizer uma palavra de alento aos que andam abatidos. Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos, para eu escutar, como escutam os discípulos. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não resisti nem recuei um passo. Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam. Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio, e, por isso, não fiquei envergonhado; tornei o meu rosto duro como pedra, e sei que não ficarei desiludido.

Palavra do Senhor.

Todos respondem com a aclamação: 

 Graças a Deus.

O salmista ou cantor canta ou recita o SALMO, ao qual o povo responde com o refrão.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 21 (22), 8-9.17-18a.19-20.23-24 (R. 2a)

Refrão: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?


Todos os que me veem escarnecem de mim,

estendem os lábios e meneiam a cabeça:

«Confiou no Senhor, Ele que o livre,

Ele que o salve, se é seu amigo».


Matilhas de cães me rodearam,

cercou-me um bando de malfeitores.

Trespassaram as minhas mãos e os meus pés,

posso contar todos os meus ossos.


Repartiram entre si as minhas vestes

e deitaram sortes sobre a minha túnica.

Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis de mim,

sois a minha força, apressai-Vos a socorrer-me.


Hei de falar do vosso nome aos meus irmãos,

hei de louvar-Vos no meio da assembleia.

Vós que temeis o Senhor, louvai-O,

glorificai-O, vós todos os filhos de Jacob,

reverenciai-O, vós todos os filhos de Israel.

O narrador destinado, vai ao atril secundário e diz:

Esta leitura é também um cântico, mas agora do Novo Testamento, muito provavelmente em uso nas primitivas comunidades cristãs. Nele é celebrado o Mistério Pascal: Cristo fez-Se um de nós, obedeceu aos desígnios do Pai e humilhou-Se até à morte, e foi, por isso, exaltado até à glória do “Senhor”, que é a própria glória de Deus.

A seguir, se há uma SEGUNDA LEITURA antes do Evangelho, o leitor lê-a no ambão. 

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses

Cristo Jesus, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem no céu, na terra e nos abismos, e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.

Palavra do Senhor.

Todos respondem com a aclamação: 

 Graças a Deus.

A leitura da história da Paixão do Senhor faz-se sem círios nem incenso, sem saudação nem signação do livro. É lida pelo diácono ou, na falta dele, pelo próprio sacerdote. Também pode ser lida por leitores, reservando, quanto possível, a parte de Cristo ao sacerdote. Só os diáconos (e não os outros), antes da leitura da Paixão, pedem a bênção ao sacerdote, como de costume antes do Evangelho.

Depois da leitura da história da Paixão do Senhor, faz-se, conforme as circunstâncias, uma breve homilia. Também pode observar-se algum tempo de silêncio.

O narrador destinado, vai ao atril secundário e diz:

São Lucas é evangelista especialmente culto, pois que, segundo a tradição, era médico, e muito atento a circunstâncias mais significativas da sensibilidade dos participantes da Paixão do Senhor, como na referência às mulheres que desde a Galileia O tinham acompanhado e Lhe saíram ao encontro no caminho do Calvário e O seguiram até à hora da sua morte; é ele o único que refere o suor de sangue na agonia de Jesus, como também a oração do bom ladrão na cruz e o perdão que em resposta o Senhor lhe oferece. Ele é, de facto, o evangelista da misericórdia de Jesus.

Na citação da Morte de Cristo todos ajoelhamos. 


N Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Quando chegou a hora, Jesus sentou-Se à mesa com os seus Apóstolos e disse-lhes:

J «Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de padecer; pois digo-vos que não tornarei a comê-la, até que se realize plenamente no reino de Deus».

N Então, tomando um cálice, deu graças e disse:

J «Tomai e reparti entre vós, pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira, até que venha o reino de Deus».

N Depois tomou o pão e, dando graças, partiu-o e deu-lho, dizendo:

J «Isto é o meu Corpo entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim».

N No fim da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo:

J «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue, derramado por vós. Entretanto, está comigo à mesa a mão daquele que Me vai entregar. O Filho do homem vai partir, como está determinado. Mas ai daquele por quem Ele vai ser entregue!».

N Começaram então a perguntar uns aos outros qual deles iria fazer semelhante coisa. Levantou-se também entre eles uma questão: qual deles se devia considerar o maior? Disse-lhes Jesus:

J «Os reis das nações exercem domínio sobre elas, e os que têm sobre elas autoridade são chamados benfeitores. Vós não deveis proceder desse modo. O maior entre vós seja como o menor, e aquele que manda seja como quem serve. Pois quem é o maior: o que está à mesa ou o que serve? Não é o que está à mesa? Ora Eu estou no meio de vós como aquele que serve. Vós estivestes sempre comigo nas minhas provações. E Eu preparo para vós um reino, como meu Pai o preparou para Mim: comereis e bebereis à minha mesa, no meu reino, e sentar-vos-eis em tronos, a julgar as doze tribos de Israel. Simão, Simão, Satanás vos reclamou para vos agitar na joeira como trigo. Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos».

N Pedro respondeu-Lhe:

R «Senhor, eu estou pronto a ir contigo, até para a prisão e para a morte».

N Disse-lhe Jesus:

J «Eu te digo, Pedro: Não cantará hoje o galo, sem que tu, por três vezes, negues conhecer-Me».

N Depois acrescentou:

J «Quando vos enviei sem bolsa nem alforge nem sandálias, faltou-vos alguma coisa?».

N Eles responderam que não lhes faltara nada. Disse-lhes Jesus:

J «Mas agora, quem tiver uma bolsa pegue nela, bem como no alforge; e quem não tiver espada venda a capa e compre uma. Porque Eu vos digo que se deve cumprir em Mim o que está escrito: ‘Foi contado entre os malfeitores’. Na verdade, o que Me diz respeito está a chegar ao fim».

N Eles disseram:

R «Senhor, estão aqui duas espadas».

N Mas Jesus respondeu:

J «Basta».

N Então saiu e foi, como de costume, para o monte das Oliveiras, e os discípulos acompanharam-n’O. Quando chegou ao local, disse-lhes:

J «Orai, para não entrardes em tentação».

N Depois afastou-Se deles cerca de um tiro de pedra e, pondo-Se de joelhos, começou a orar, dizendo:

J «Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice. Todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua».

N Então apareceu-Lhe um Anjo, vindo do Céu, para O confortar. Entrando em angústia, orava mais instantemente, e o suor tornou-se-Lhe como grossas gotas de sangue, que caíam na terra. Depois de ter orado, levantou-Se e foi ter com os discípulos, que encontrou a dormir, por causa da tristeza. Disse-lhes Jesus:

J «Porque estais a dormir? Levantai-vos e orai, para não entrardes em tentação».

N Ainda Ele estava a falar, quando apareceu uma multidão de gente. O chamado Judas, um dos Doze, vinha à sua frente e aproximou-se de Jesus, para O beijar. Disse-lhe Jesus:

J «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do homem?».

N Ao verem o que ia suceder, os que estavam com Jesus perguntaram-Lhe:

R «Senhor, vamos feri-los à espada?».

N E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. Mas Jesus interveio, dizendo:

J «Basta! Deixai-os».

N E, tocando na orelha do homem, curou-o. Disse então Jesus aos que tinham vindo ao seu encontro, príncipes dos sacerdotes, oficiais do templo e anciãos:

J «Vós saístes com espadas e varapaus, como se viésseis ao encontro dum salteador. Eu estava todos os dias convosco no templo e não Me deitastes as mãos. Mas esta é a vossa hora e o poder das trevas.

N Apoderaram-se então de Jesus, levaram-n’O e introduziram-n’O em casa do sumo sacerdote. Pedro seguia-os de longe. Acenderam uma fogueira no meio do pátio, sentaram-se em volta dela, e Pedro foi sentar-se no meio deles. Ao vê-lo sentado ao lume, uma criada, fitando os olhos nele, disse:

R «Este homem também andava com Jesus».

N Mas Pedro negou:

«Não O conheço, mulher».

N Pouco depois, disse outro, ao vê-lo:

R «Tu também és um deles».

N Mas Pedro disse:

R «Homem, não sou».

N Passada mais ou menos uma hora, afirmava outro com insistência:

R «Esse homem, com certeza, também andava com Jesus, pois até é galileu».

N Pedro respondeu:

R «Homem, não sei o que dizes».

N Nesse instante ainda ele falava um galo cantou. O Senhor voltou-Se e fitou os olhos em Pedro. Então Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, quando lhe disse: ‘Antes de o galo cantar, Me negarás três vezes’. E, saindo para fora, chorou amargamente. Entretanto, os homens que guardavam Jesus troçavam d’Ele e maltratavam-n’O. Cobrindo-Lhe o rosto, perguntavam-Lhe:

R «Adivinha, profeta: Quem Te bateu?».

N E dirigiam-Lhe muitos outros insultos. Ao romper do dia, reuniu-se o conselho dos anciãos do povo, os príncipes dos sacerdotes e os escribas. Levaram-n’O ao seu tribunal e disseram-Lhe:

R «Diz-nos se Tu és o Messias».

N Jesus respondeu-lhes:

J «Se Eu vos disser, não acreditareis e, se fizer alguma pergunta, não respondereis. Mas o Filho do homem sentar-Se-á doravante à direita do poder de Deus».

N Disseram todos:

R «Tu és então o Filho de Deus?».

N Jesus respondeu-lhes:

J «Vós mesmos dizeis que Eu sou».

N Então exclamaram:

R «Que necessidade temos ainda de testemunhas? Nós próprios o ouvimos da sua boca».

N Levantaram-se todos e levaram Jesus a Pilatos. Começaram a acusá-l’O, dizendo:

R «Encontrámos este homem a sublevar o nosso povo, a impedir que se pagasse o tributo a César e dizendo ser o Messias-Rei».

N Pilatos perguntou-Lhe:

R «Tu és o Rei dos Judeus?».

N Jesus respondeu-lhe:

J «Tu o dizes».

N Pilatos disse aos príncipes dos sacerdotes e à multidão:

R «Não encontro nada de culpável neste homem».

N Mas eles insistiam:

R «Amotina o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia, onde começou, até aqui».

N Ao ouvir isto, Pilatos perguntou se o homem era galileu;e, ao saber que era da jurisdição de Herodes, enviou-O a Herodes, que também estava nesses dias em Jerusalém. Ao ver Jesus, Herodes ficou muito satisfeito. Havia bastante tempo que O queria ver, pelo que ouvia dizer d’Ele, e esperava que fizesse algum milagre na sua presença. Fez-Lhe muitas perguntas, mas Ele nada respondeu. Os príncipes dos sacerdotes e os escribas que lá estavam acusavam-n’O com insistência. Herodes, com os seus oficiais, tratou-O com desprezo e, por troça, mandou-O cobrir com um manto magnífico e remeteu-O a Pilatos. Herodes e Pilatos, que eram inimigos, ficaram amigos nesse dia. Pilatos convocou os príncipes dos sacerdotes, os chefes e o povo, e disse-lhes:

R «Trouxestes este homem à minha presença como agitador do povo. Interroguei-O diante de vós e não encontrei n’Ele nenhum dos crimes de que O acusais. Herodes também não, uma vez que no-l’O mandou de novo. Como vedes, não praticou nada que mereça a morte. Vou, portanto, soltá-l’O, depois de O mandar castigar».

N Pilatos tinha obrigação de lhes soltar um preso por ocasião da festa. E todos se puseram a gritar:

R «Mata Esse e solta-nos Barrabás».

N Barrabás tinha sido metido na cadeia por causa de uma insurreição desencadeada na cidade e por assassínio. De novo Pilatos lhes dirigiu a palavra, querendo libertar Jesus. Mas eles gritavam:

R «Crucifica-O! Crucifica-O!».

N Pilatos falou-lhes pela terceira vez:

R «Mas que mal fez este homem? Não encontrei n’Ele nenhum motivo de morte. Por isso vou soltá-l’O, depois de O mandar castigar».

N Mas eles continuavam a gritar, pedindo que fosse crucificado, e os seus clamores aumentavam de violência. Então Pilatos decidiu fazer o que eles pediam: soltou aquele que fora metido na cadeia por insurreição e assassínio, como eles reclamavam, e entregou-lhes Jesus para o que eles queriam. Quando O conduziam, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para a levar atrás de Jesus. Seguia-O grande multidão de povo e mulheres que batiam no peito e se lamentavam, chorando por Ele. Mas Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes:

J «Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim; chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos; pois dias virão em que se dirá:‘Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram’. Começarão a dizer aos montes: ‘Caí sobre nós’; e às colinas: ‘Cobri-nos’. Porque, se tratam assim a madeira verde, que acontecerá à seca?».

N Levavam ainda dois malfeitores para serem executados com Jesus. Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-n’O a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. Jesus dizia:

J «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem».

N Depois deitaram sortes, para repartirem entre si as vestes de Jesus. O povo permanecia ali a observar. Por sua vez, os chefes zombavam e diziam:

R «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito».

N Também os soldados troçavam d’Ele; aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre, diziam:

R «Se és o Rei dos Judeus, salva-Te a Ti mesmo».

N Por cima d’Ele havia um letreiro:«Este é o Rei dos Judeus». Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-O, dizendo:

R «Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também».

N Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o:

R «Não temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo das nossas más ações. Mas Ele nada praticou de condenável».

N E acrescentou:

R «Jesus, lembra-Te de mim, quando vieres com a tua realeza».

N Jesus respondeu-lhe:

J «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».

N Era já quase meio-dia, quando as trevas cobriram toda a terra, até às três horas da tarde, porque o sol se tinha eclipsado. O véu do templo rasgou-se ao meio. E Jesus exclamou com voz forte:

J «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito».

N Dito isto, expirou. 

Aqui todos se ajoelham em silêncio. 

Vendo o que sucedera, o centurião deu glória a Deus, dizendo:

R«Realmente este homem era justo».

N E toda a multidão que tinha assistido àquele espetáculo, ao ver o que se passava, regressava batendo no peito. Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que O acompanhavam desde a Galileia, mantinham-se à distância, observando estas coisas. Havia um homem chamado José, da cidade de Arimateia, que era pessoa reta e justa e esperava o reino de Deus. Era membro do Sinédrio, mas não tinha concordado com a decisão e o proceder dos outros. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. E, depois de o ter descido da cruz, envolveu-o num lençol e depositou-o num sepulcro escavado na rocha, onde ninguém ainda tinha sido sepultado. 

Era o dia da Preparação e começavam a aparecer as luzes do sábado. Entretanto, as mulheres que tinham vindo com Jesus da Galileia acompanharam José e observaram o sepulcro e a maneira como fora depositado o corpo de Jesus. No regresso, prepararam aromas e perfumes. E no sábado guardaram o descanso, conforme o preceito.

Palavra da  salvação.

O povo responde com a aclamação:

Glória a Vós, Senhor. 

Em seguida, beija o livro, dizendo em silêncio: 

Por este santo Evangelho, perdoai-nos, Senhor. 

HOMILIA

Após a história da Paixão, se for oportuno, haja uma breve homilia.

Terminada a homilia, guardam-se, conforme as circunstâncias, alguns momentos de silêncio.

Em seguida, faz-se a PROFISSÃO DE FÉ, segundo as rubricas: 

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus. Todos se ajoelham às palavras: E encarnou ... e Se fez homem. E encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e Se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras; e subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai. De novo há-de vir em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos Profetas. Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só baptismo para remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos, e a vida do mundo que há-de vir. Amen.

Segue-se a ORAÇÃO UNIVERSAL ou ORAÇÃO DOS FIÉIS, que se realiza do seguinte modo:

Irmãs e irmãos: Contemplando a Cristo, nosso Salvador, oremos pela salvação de todos os homens, vítimas do ódio, da violência e da injustiça, dizendo (ou: cantando), confiadamente:

R: Kýrie, eléison.

1. Para que os ministros e os fiéis da santa Igreja anunciem com a palavra e com a vida que Jesus é o Salvador do mundo, oremos.

2. Para que os responsáveis das nações, em toda a terra, trabalhem pela justiça e pela paz e promovam os valores fundamentais da vida, oremos.

3. Para que os homens e as mulheres que estão doentes encontrem na paixão do Redentor um sentido para o seu sofrimento, oremos.

4. Para que aqueles que não sabem perdoar escutem Jesus, que, na hora da agonia, pediu ao Pai o perdão para os seus algozes, oremos.

5. Para que os fiéis da nossa comunidade (paroquial), unidos em esperança àqueles que já partiram, entrem na oferenda pascal de Jesus Cristo, oremos.

Senhor, nosso Deus, que Vos dignastes contar-nos entre o número daqueles para quem o vosso Filho implorou o perdão ao expirar, dai-nos a graça de descobrir, à luz da fé, o amor infinito com que nos amais. Por Cristo, nosso Senhor.

O povo responde:

Amen 

LITURGIA EUCARÍSTICA

Terminada a Oração Universal, canta-se o CÂNTICO DO OFERTÓRIO. Entretanto, os ministros colocam no altar o corporal, o sanguinho, o cálice e o Missal. 

Convém que os fiéis manifestem a sua participação, apresentando o pão e o vinho para a celebração da Eucaristia, e mesmo outros dons para ocorrer às necessidades da Igreja e dos pobres. 

O sacerdote, junto do altar, toma a patena com o pão e, elevando-a um pouco acima do altar, diz em silêncio: 

Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo pão que recebemos da vossa bondade, fruto da terra e do trabalho do homem, que hoje Vos apresentamos e que para nós se vai tornar Pão da vida. 

Em seguida, depõe a patena com o pão sobre o corporal. Se não houver cântico do ofertório, o sacerdote pode proferir estas palavras em voz alta. No fim o povo pode aclamar: 

Bendito seja Deus para sempre. 

O diácono ou o sacerdote deita vinho e um pouco de água no cálice, dizendo em silêncio: 

Pelo mistério desta água e deste vinho sejamos participantes da divindade d’Aquele que assumiu a nossa humanidade

Em seguida, o sacerdote toma o cálice e, elevando-o um pouco acima do altar, diz em silêncio: 

Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo vinho que recebemos da vossa bondade, fruto da videira e do trabalho do homem, que hoje Vos apresentamos e que para nós se vai tornar Vinho da salvação. 

Em seguida, depõe o cálice sobre o corporal. Se não houver cântico do ofertório, o sacerdote pode proferir estas palavras em voz alta. No fim o povo pode aclamar: 

Bendito seja Deus para sempre.

A seguir, o sacerdote inclina-se e diz em silêncio: 

De coração humilhado e contrito sejamos recebidos por Vós, Senhor. Assim o nosso sacrifício seja agradável a vossos olhos. 

Depois, eventualmente, incensa as oblatas e o altar. A seguir, o diácono ou o ministro incensa o sacerdote e o povo. Em seguida, o sacerdote, estando ao lado do altar, lava as mãos, dizendo em silêncio: 

Lavai-me, Senhor, da minha iniquidade e purificai-me do meu pecado. 

Depois, estando ao meio do altar e, voltado para o povo, abrindo e juntando as mãos, diz: 

Orai, irmãos, para que o meu e vosso sacrifício seja aceite por Deus Pai todo-poderoso. 

O povo responde: 

Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício, para glória do seu nome, para nosso bem e de toda a santa Igreja. 

Ou 

Oremos. 

E todos, juntamente com o sacerdote, oram em silêncio durante alguns momentos.

Pela paixão do vosso Filho unigénito, apressai, Senhor, a hora da nossa reconciliação: concedei-nos, por este único e admirável sacrifício, a misericórdia que nossos pecados não merecem. Por Cristo nosso Senhor.

No fim, o povo aclama: 

Amen.

PREFÁCIO

V. O Senhor esteja convosco. 

R. Ele está no meio de nós. 

V.  Corações ao alto. 

R. O nosso coração está em Deus. 

V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus. 

R. É nosso dever, é nossa salvação. 

Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte, por nosso Senhor Jesus Cristo.

Sendo inocente, entregou-Se à morte pelos pecadores; não tendo culpas, deixou-Se condenar pelos culpados. A sua morte redimiu os nossos pecados e a sua ressurreição abriu-nos as portas da salvação.

Por isso, com todos os anjos, proclamamos a vossa glória, cantando com alegria:

Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do universo. O céu e a terra proclamam a vossa glória. Hossana nas alturas. Bendito O que vem em nome do Senhor. Hossana nas alturas.

O sacerdote, de braços abertos, continua:

Nós Vos glorificamos, Pai santo, porque sois grande, e tudo criastes com sabedoria e amor. 

Formastes o homem à vossa imagem e lhe confiastes o universo, para que, servindo-Vos unicamente a Vós, seu Criador, exercesse domínio sobre todas as criaturas. 

E quando, por desobediência, perdeu a vossa amizade, não o abandonastes ao poder da morte, mas, na vossa misericórdia, a todos socorrestes, para que todos aqueles que Vos procuram Vos encontrem. 

Repetidas vezes fizestes aliança com os homens e pelos profetas os formastes na esperança da salvação. 

De tal modo amastes o mundo, Pai santo, que chegada a plenitude dos tempos, nos enviastes como Salvador o vosso Filho Unigénito: feito homem pelo poder do Espírito Santo e nascido da Virgem Maria, viveu a nossa condição humana, em tudo igual a nós, excepto no pecado; anunciou a salvação aos pobres, a libertação aos oprimidos, a alegria aos que sofrem.

Para cumprir o vosso plano salvador, voluntariamente Se entregou à morte e com a sua ressurreição, destruiu a morte e restaurou a vida. 

E a fim de vivermos, não já para nós próprios, mas para Ele, que por nós morreu e ressuscitou, de Vós, Pai misericordioso, enviou aos que n’Ele crêem o Espírito Santo, como primícias dos seus dons, para continuar a sua obra no mundo e consumar toda a santificação.

Junta as mãos e, estendendo-as sobre as oblatas, diz: 

Nós Vos pedimos, Senhor, que o Espírito Santo santifique estes dons, 

Junta as mãos e traça um único sinal da cruz sobre o pão e sobre o cálice, dizendo:

para que se convertam no Corpo e  Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo,

Junta as mãos.

ao celebrarmos este grande mistério que Ele nos deixou como sinal de aliança eterna.

Nas fórmulas que se seguem, as palavras do Senhor devem pronunciar-se distintamente, como o requer a natureza das mesmas palavras. 

Quando chegou a hora em que ia ser glorificado por Vós, Pai santo, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. E durante a Ceia,

Toma o pão e, sustentando-o um pouco elevado sobre o altar, continua:

tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e deu-o aos seus discípulos. 

Mostra ao povo a hóstia consagrada, coloca-a sobre a patena e genuflecte em adoração. 

Depois continua: 

De igual modo, 

Toma o cálice e, sustentando-o um pouco elevado sobre o altar, continua: 

Tomou o cálice e, dando graças, deu-o aos seus discípulos. 

Mostra ao povo o cálice, coloca-o sobre o corporal e genuflecte em adoração.

Em seguida, diz: 

Mistério da fé! 

O povo aclama, dizendo: 

Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!

Depois, o sacerdote, de braços abertos, diz:

Celebrando agora, Senhor, o memorial da nossa redenção, recordamos a morte de Cristo e a sua descida à mansão dos mortos; proclamamos a sua ressurreição e ascensão aos Céus; e, esperando a sua vinda gloriosa, nós Vos oferecemos o seu Corpo e Sangue, o sacrifício do vosso agrado e de salvação para todo o mundo. 

Olhai, Senhor, para esta oblação que preparastes para a vossa Igreja; e concedei, por vossa bondade, a quantos vamos participar do mesmo pão e do mesmo cálice, que, reunidos pelo Espírito Santo num só corpo, sejamos em Cristo uma oferenda viva para louvor da vossa glória.

Lembrai-Vos agora, Senhor, de todos aqueles por quem oferecemos este sacrifício: o vosso servo o Papa Leão III, o nosso Bispo N. e todos os Bispos e ministros sagrados, os fiéis que Vos apresentam as suas ofertas, os membros desta assembleia, todo o vosso povo santo e todos aqueles que Vos procuram de coração sincero. 

Lembrai-Vos também dos nossos irmãos que adormeceram na paz de Cristo e de todos os defuntos cuja fé só Vós conhecestes. 

E a todos nós, vossos filhos, concedei, Pai de misericórdia, a graça de alcançarmos a herança do Céu, com a Virgem Santa Maria, Mãe de Deus, São José, seu esposo, os Apóstolos e todos os Santos, para que, no vosso reino, com a criação inteira liberta do pecado e da morte, cantemos eternamente a vossa glória, por Jesus Cristo, nosso Senhor. 

Junta as mãos 

Por Ele concedeis ao mundo todos os bens.

Toma o cálice e a patena com a hóstia e, elevando-os, diz: 

Por Cristo, com Cristo, em Cristo, a Vós, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória agora e para sempre. 

O povo aclama: 

Amen.

Tendo colocado o cálice e a patena sobre o altar, o sacerdote, de mãos juntas, diz: 

Num só coração e numa só alma, ousamos dizer como o Senhor nos ensinou:

Abre os braços e, juntamente com o povo, continua: 

Pai nosso, que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação; mas livrai-nos do mal.

De braços abertos, o sacerdote diz sozinho:

Livrai-nos de todo o mal, Senhor, e dai ao mundo a paz em nossos dias, para que, ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e de toda a perturbação, enquanto esperamos a vinda gloriosa de Jesus Cristo nosso Salvador. 

Junta as mãos. 

O povo conclui a oração, aclamando: 

Vosso é o reino e o poder e a glória para sempre. 

Em seguida, o sacerdote, de braços abertos, diz em voz alta: 

Senhor Jesus Cristo, que dissestes aos vossos Apóstolos: Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz: não olheis aos nossos pecados mas à fé da vossa Igreja e dai-lhe a união e a paz, segundo a vossa vontade, 

Junta as mãos. 

Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo. 

O povo responde: 

Amen. 

O sacerdote, voltado para o povo, estendendo e juntando as mãos, diz: 

A paz do Senhor esteja sempre convosco. 

O povo responde: 

O amor de Cristo nos uniu. 

Em seguida, toma a hóstia, parte-a sobre a patena e deita um fragmento no cálice, dizendo em silêncio: 

Esta união do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, que vamos receber, nos sirva para a vida eterna.

Entretanto, canta-se ou recita-se: 

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. 

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. 

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz. 

Estas invocações podem repetir-se várias vezes, se a fracção do pão se prolongar. Contudo, na última vez diz-se: dai-nos a paz. Em seguida, o sacerdote, de mãos juntas, diz em silêncio: 

Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, que, por vontade do Pai e com o poder do Espírito Santo, destes a vida ao mundo pela vossa morte, livrai-me de todos os meus pecados e de todo o mal, por este vosso santíssimo Corpo e Sangue; conservai-me sempre fiel aos vossos mandamentos e não permitais que eu me separe de Vós. 

O sacerdote genuflecte, toma a hóstia, levanta-a um pouco sobre a patena e, voltado para o povo, diz em voz alta: 

 Felizes os convidados para a Ceia do Senhor. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 

E, juntamente com o povo, acrescenta uma só vez: 

Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo. 

Voltado para o altar, o sacerdote diz em silêncio: O Corpo de Cristo me guarde para a vida eterna. 

E comunga com reverência o Corpo de Cristo.

Em seguida, toma o cálice e diz em silêncio: O Sangue de Cristo me guarde para a vida eterna. 

E comunga com reverência o Sangue de Cristo.

ORAÇÃO DE COMUNHÃO ESPIRITUAL 

Todos: Aos seus pés, oh meu Jesus, Eu me curvo e ofereço o arrependimento do meu coração contrito que mergulha em seu e em sua sagrada presença. Eu te adoro no sacramento do seu amor, Eu desejo recebê-lo na pobre morada que te oferece o meu coração. À espera da felicidade da comunhão sacramental, Eu quero possuir-te em espírito.Venha para mim, meu Jesus,que eu vá para ti. Que seu amor inflame todo o meu ser, para a vida e para a morte. Eu acredito em ti, espero em ti, eu te amo. Que assim seja. Amém.

Depois, toma a patena ou a píxide, aproxima-se dos comungantes e, elevando um pouco a hóstia, mostra-a a cada um deles dizendo: 

O Corpo de Cristo.

O comungante responde: Amen. 

E comunga. 

O diácono procede do mesmo modo, se tiver de distribuir a Comunhão. 

Para a Comunhão sob as duas espécies, segue-se o rito descrito em seu lugar próprio. Enquanto o sacerdote comunga o Corpo de Cristo, começa-se o CÂNTICO DA COMUNHÃO

Terminada a distribuição da Comunhão, o sacerdote ou o diácono purifica a patena sobre o cálice e o próprio cálice. Durante a purificação, o sacerdote diz em silêncio:

O que em nossa boca recebemos, Senhor, seja por nós acolhido em coração puro, e estes dons da vida temporal se tornem remédio de vida eterna. 

Então, o sacerdote pode voltar para a sua cadeira. 

 Se convier, podem-se guardar uns momentos de silêncio sagrado, ou recitar um salmo ou um cântico de louvor. 

Em seguida, de pé, junto da sua cadeira ou do altar, o sacerdote diz:

Oremos. 

E todos, juntamente com o sacerdote, oram em silêncio durante alguns momentos, a não ser que já antes tenha havido silêncio. 

 Em seguida, o sacerdote diz, de braços abertos, a ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO.

Saciados com estes dons sagrados, nós Vos pedimos, Senhor: assim como, pela morte do vosso Filho, nos fizestes esperar o que a nossa fé nos promete, fazei-nos também chegar, pela sua ressurreição, às alegrias do reino que esperamos. Por Cristo nosso Senhor.

O povo aclama: Amen.

RITOS DE CONCLUSÃO

Seguem-se, se os houver, breves avisos ao povo. Em seguida faz-se a despedida. O sacerdote, voltado para o povo, abrindo os braços, diz: 

O Senhor esteja convosco. 

O povo responde: 

Ele está no meio de nós. 

O diácono diz:

Inclinai-vos para receber a bênção. 

O Sacerdote estendendo os braços diz:

Abençoai benignamente, Senhor, para a vossa família, pela qual nosso Senhor Jesus Cristo Se entregou às mãos dos seus inimigos e suportou a cruz. Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.

O povo responde: 

Amen.

O sacerdote abençoa o povo, dizendo: 

Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e  Espírito Santo. 

O povo responde: 

Amen.

Em seguida, o diácono ou o próprio sacerdote, de mãos juntas e voltado para o povo, diz: 

Ide em paz e o Senhor vos acompanhe. 

O povo responde: Graças a Deus. 

Em seguida, o sacerdote beija o altar em sinal de veneração, como no início. Feita a devida reverência com os ministros, retira-se.

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