RITOS INICIAIS
Reunido o povo, o presidente e os ministros encaminham-se para o altar enquanto se executa o CÂNTICO DE ENTRADA.
Chegando ao altar, genufletem diante do Santíssimo Sacramento e o presidente dirige-se à presidência, onde inicia:
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
O povo responde:
Amen.
Depois, o presidente, abrindo os braços, saúda o povo, dizendo:
A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.
O povo responde:
Bendito seja Deus, que nos reuniu no amor de Cristo.
Aqui um ministro destacado dirige-se ao ambão e lê:
Na sua Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, S. João Paulo II afirma que a oração do Rosário é uma oportunidade para “deixar-se introduzir na contemplação da beleza do rosto de Cristo e na experiência da profundidade do Seu amor”.
Com efeito, continua o Pontífice, “recitar o Rosário nada mais é senão contemplar com Maria o rosto de Cristo”. Neste I ciclo da celebração das 24 Horas com Cristo, queremos que o Santo Rosário seja também uma oportunidade para contemplarmos o Deus Santo, que nos santifica em Cristo.
Para isso, é fundamental deixarmos que a contemplação dos mistérios de Cristo alcance o nosso coração e interpele a nossa vida concreta, despertando desejos de verdadeira santidade.
Peçamos, pois, à Virgem Maria, o que insistentemente lhe pedia Santo Inácio: que nos ponha com o Seu Filho, para que, por sua intercessão, possamos ser santos como o nosso Pai Celeste é santo [Mt 5,48].
MISTÉRIOS DOLOROSOS
1.º Mistério: a Agonia de Jesus no Jardim das Oliveiras
Do Evangelho de S. Marcos [14,33-36]
Jesus, tomando consigo Pedro, Tiago e João, começou a sentir pavor e a angustiar-Se. E disse-lhes: “A Minha alma está triste até à morte; ficai aqui e vigiai”. Adiantando-Se um pouco, caiu por terra e orou para que, se possível, passasse dele aquela hora. E dizia: “Abbá, Pai, todas as coisas Te são possíveis; afasta de mim este cálice! Mas não se faça o que Eu quero, senão o que queres Tu”.
No momento de maior angústia e desespero, o grito do Senhor Jesus dirige-Se ao Pai, com uma intimidade e uma confiança inabaláveis: “Abbá, Pai”!
É uma confiança que nasce de estar continuamente voltado para o Pai, em todas as circunstâncias da vida.
A Agonia de Jesus no Horto é uma oportunidade para contemplarmos o Deus Santo, que Se revela sobretudo nos momentos difíceis e dolorosos da vida: é o Deus Compassivo, capaz de despertar nos corações atribulados uma confiança inabalável.
Quantas “agonias”, na nossa vida e nas vidas de tantos! Quanta intimidade nesse diálogo de fé, que se estabelece de coração a Coração: “Abbá, Pai!”.
Como vivo os momentos dolorosos? Deixo que o desespero me invada? Ou abro as portas à confiança e à intimidade com o Pai?
(breve silêncio)
Oração: Deus Todo-Poderoso, que em Jesus nos revelaste o sentido profundo de uma dor vivida em união contigo, concede-nos, por intercessão de Maria, vivermos com confiança e liberdade os momentos dolorosos da nossa vida. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. ÁMEN.
1x Pai Nosso
10x Avé Maria
2.º Mistério: a Flagelação de Jesus
Do Evangelho segundo S. Mateus [27, 22-26]
Pilatos disse ao povo: “Que hei de fazer de Jesus, chamado Cristo?”. Todos responderam: “Seja crucificado!”. Vendo que nada conseguia e que o tumulto aumentava cada vez mais, mandou vir água e lavou as mãos na presença da multidão, dizendo: “Estou inocente deste sangue. Isso é convosco”. E todo o povo respondeu: “Que o Seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos!”. Então, soltou-lhes Barrabás. Quanto a Jesus, depois de O mandar flagelar, entregou-O para ser crucificado.
O relato que antecede a flagelação mostra claramente que a condenação e morte de Jesus são resultado, em grande medida, da liberdade humana.
O povo pede a crucifixão; Pilatos acede, lavando as mãos. O Filho de Deus, entregue às mãos dos homens desde o nascimento, sofre agora, na própria pele, o preço da Fidelidade.
A Flagelação de Jesus é uma oportunidade para contemplarmos o Deus Santo, cuja Palavra não volta atrás: é o Deus Fiel, que responde sempre com mais amor às nossas infidelidades.
Quantas condenações injustas! Quantas palavras duras gritadas em tempo de exaltação! Quantas mãos cobardemente lavadas de sangue inocente!
Como me situo perante as injustiças do mundo e à minha volta? Condeno? Denuncio? Calo?
(breve silêncio)
Oração: Deus Fiel, que entregaste nas mãos da humanidade pecadora o Teu Filho Jesus Cristo, concede-nos o dom da fidelidade à Sua entrega e a valentia para denunciarmos as injustiças deste mundo. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. ÁMEN.
1x Pai Nosso
10x Avé Maria
3.º Mistério: a Coroação de espinhos
Do Evangelho de S. Mateus [27,29]
Os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e, dobrando o joelho diante de Jesus, escarneciam-no, dizendo: “Salve, Rei dos Judeus!”.
Os soldados, habituados a ser alvo de escárnio e humilhação, aproveitam a passividade de Jesus para fazerem o mesmo com Ele.
Pervertem o poder que lhes foi concedido. Em oposição, a coroa de espinhos que Cristo leva à cabeça é símbolo do poder que se faz serviço, “amor até ao extremo”.
A coroação de espinhos é uma oportunidade para contemplarmos o Deus Santo, que renuncia à violência como arma e responde com Amor: é o Deus da Paz, que Cristo estabeleceu pelo Sangue da Sua Cruz (Col 1, 20).
Quanto escárnio! Quanta humilhação! Quanta perversão do poder, também nas pequenas coisas do dia a dia! Sou capaz de usar o poder que tenho para servir?
(breve silêncio)
Oração: Deus de Infinita Bondade, que pelo Teu Filho vieste trazer a Paz ao mundo, concede-nos, por intercessão de Maria, a graça de sermos em todo o mundo construtores de Paz. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. ÁMEN.
1x Pai Nosso
10x Avé Maria
4.º Mistério: Jesus a caminho do Calvário
Do Evangelho de S. João [19,17]
Jesus, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz ‘Gólgota’.
Jesus assume a Sua Cruz e, nela, todos os nossos pecados e infidelidades. A caminho do Calvário, Jesus deixa-Se ajudar e o Seu olhar cruza-Se com outros olhares, uns de ódio, outros de compaixão.
A todos Cristo responde com Amor. O caminho de Jesus até ao Calvário é uma oportunidade para contemplarmos o Deus Santo, que, em Cristo, Se entrega em fidelidade até ao fim: é o Deus Compassivo, que a todos oferece a Sua Misericórdia.
Quanto caminho por percorrer! Quantas “cruzes” para ajudar a carregar, ao menos pela oração, como tão bem fizeram os pastorinhos!
O que me custa, neste momento, “levar até ao fim”? Ajudo a levar as cruzes dos outros ou fico sempre fechado na minha dor?
(breve silêncio)
Oração: Deus de Bondade Infinita, Tu que, na Paixão do Teu Filho, Lhe deste força para carregar a Cruz, concede-nos carregarmos também as nossas com fidelidade e aliviarmos a cruz dos que estão ao nosso lado. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. ÁMEN.
1x Pai Nosso
10x Avé Maria
5.º Mistério: a Crucifixão e Morte de Jesus
Do Evangelho de S. João [19, 30.33-34]
Jesus disse: “Tudo está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. (…) Vendo que Jesus já estava morto, um dos soldados trespassou-Lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água.
Jesus entrega o Seu espírito nas mãos do Pai. E, já morto, oferece ainda à humanidade Sangue e Água, símbolos da Vida em Abundância que Ele nos veio oferecer.
A Morte de Jesus é uma oportunidade para contemplarmos o Deus Santo, que na Cruz Se faz dom inesgotável: é o Deus da Vida Verdadeira, que se dá inteiramente e para sempre a cada um de nós.
Quanta abundância! Quanta generosidade brota do Coração aberto de Jesus! Quanta Vida para acolher no nosso coração!
(neste momento todos se ajoelham diante do Santíssimo Sacramento)
Oração: Deus da Vida Abundante, que permitiste que o Coração do Teu Filho fosse para nós Fonte inesgotável do Teu amor, concede-nos, por intercessão de Maria, respondermos agradecidos a tanto bem recebido. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. ÁMEN.
1x Pai Nosso
10x Avé Maria
Rezam-se 3x Avé Maria
Rezemos esta primeira Ave-Maria para que não tenhamos medo de dizer sim com confiança.
Ave-maria
Rezemos esta Ave-Maria para sejamos capazes de aceitar e cumprir com o que somos chamados.
Ave-maria
Rezemos a última Ave-maria para dar força a todos aqueles que não são capazes de dizer sim para que Maria os guie.
Ave-maria
Segue-se com a Salve Rainha:
Salve, Rainha, mãe de misericórdia,
vida, doçura, esperança nossa, salve!
A Vós bradamos, os degredados filhos de Eva.
A Vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas.
Eia, pois, advogada nossa, esses Vossos olhos misericordiosos a nós volvei.
E, depois deste desterro, nos mostrai Jesus, bendito fruto do Vosso ventre.
Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Amen.
O presidente, voltado para o povo, abrindo os braços, diz:
O Senhor esteja convosco.
O povo responde:
Ele está no meio de nós.
Em seguida, o diácono ou o próprio presidente, de mãos juntas e voltado para o povo, diz:
Bendigamos ao Senhor
O povo responde: Demos Gaças a Deus.
Em seguida, o presidente genuflete diante do altar em sinal de adoração, como no início. Feita a devida reverência com os ministros, retirar-se.